Camilo nasceu no ano de 1550 na Itália, numa família nobre e tradicional. O pai era um militar e não passava muito tempo em casa. Camilo cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã que soube educar o filho nos moldes da cristandade católica e dos bons costumes. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas treze anos de idade, e por esta razão ele foi viver com o pai, que tinha uma vida não muito estável por causa da carreira e do vício com os jogos.
O jovem Camilo também seguiu a carreia de militar, era um bom soldado e tinha uma boa estatura física e atlética. Tinha dezenove anos quando seu pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada.
Em 1570, sentiu-se atraído pela simplicidade do carisma de São Francisco de Assis e pediu para ingressar na ordem dos Franciscanos, porém teve seu pedido recusado devido a um grave ferimento no pé. Assim, ele foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, e foi diagnosticado com um tumor incurável.
Sem condições financeiras para custear seu tratamento, ficou sabendo que o mosteiro dos frades capuchinhos estava em construção, Camilo então se ofereceu como servente e foi aceito, assim conseguiu ser internado e pagar por seu tratamento. Neste hospital, teve contato com muitos enfermos abandonados. Foi ali que sentiu que Deus lhe chamava para uma vocação especial por meio dos enfermos.
Com 25 anos, começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.
Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente e do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra.
Vestiu o hábito negro com a cruz vermelha, simbolizando sua ordem que foi aprovada pela Santa Sé Apostólica em 1591, elevado à categoria de ordem religiosa para cuidar dos enfermos. Eleito superior, dirigiu por 20 anos sua ordem dos “padres enfermeiros” como eram chamados. Dedicou os últimos anos de sua vida instruindo como os doentes deviam ser tratados e foi conviver com eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, São Camilo nunca deixou de visitar os enfermos.
Muito doente, Camilo renunciou ao cargo de Superior Geral de sua ordem religiosa em 1607. Faleceu em Roma, no dia 14 de julho de 1614.
No dia 29 de junho de 1746, durante a festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Bento XIV declarou santo o nome de Camilo de Léllis. Em 1886, Leão XIII declarou São Camilo, juntamente com São João de Deus, celestes protetores de todos os enfermos e hospitais do mundo católico.
São Camilo de Léllis, rogai por nós!