Realizam-se inscrições para o catecismo. Muitas paróquias e capelas católicas expõem cartazes e faixas lembrando os pais a encaminharem pequenos e jovens para o catecismo. Observa-se, na realidade, feliz fenômeno nas famílias católicas: a consciência de encaminhar os filhos para o catecismo. Não é necessário realizar grandes campanhas neste sentido. Emerge, por outro lado, delicada questão que urge encaminhar com pastoral zelo.
Difusa persiste a mentalidade que restringe a catequese precipuamente para crianças fazerem a Primeira Comunhão e adolescente para serem crismados. Como se a celebração desses sacramentos represente uma espécie de formatura cristã. Talvez seja por isso que muitos, feita a Primeira Comunhão ou sendo crismados, consideram-se cristãos formados, dispensados, consequentemente, de obrigações religiosas. E de ulteriores e mais avançados aprendizados. É nítida a queda na frequência nas liturgias após a realização das funções da Primeira Eucaristia e Crisma. Difusa continua a mentalidade que considera a celebração da Primeira Comunhão ou da Crisma como uma espécie de formatura religiosa, fim de curso. Obrigação cumprida, tradição respeitada, dever com a Igreja provisoriamente, encerrado!
Catequese é diferente de aula de religião. Aula de religião se faz na escola. Catequese se faz no lar e na comunidade paroquial. Catequese é aprendizado de vivência cristã, amadurecimento e comprometimento no seguimento de Jesus Cristo. Ambíguo, portanto, o conceito que restringe a catequese aos primeiros anos da infância e da adolescência. O batizado é um perene catequizando. A catequese começa em casa e se completa na comunidade paroquial. O lar representa o primeiro e mais valioso espaço de educação cristã. Sem exagero afirma-se que sem a retaguarda da família, a catequese administrada nas paróquias carece de básica fundamentação. Verdade esta que se reveste de imperiosa importância quando se trata da catequese para a Primeira Comunhão e Crisma. Não é difícil compreender, em se tratando particularmente, de pequenos e jovens, que quando na família não existe o hábito de viver a religião no varejo da vida, todo conjunto da catequese paroquial é entendido como ensinamento estranho, matéria imposta arbitrariamente, que nada tem a ver com a vida que se leva. Agentes de catequese revelam que nem é tão raro encontrar crianças e jovens que nada sabem de religião, sequer conhecem as tradicionais e básicas rezas.
Se nem no ensino escolar o aprendizado nunca pode ser terceirizado, na catequese muito menos. Pais conscientes sabem que sem a sua ativa participação o progresso escolar dos filhos fica seriamente prejudicado. A ressalva vale com muito mais ênfase quando o assunto é catequese sacramental. Criança aprende imitando, ama e valoriza o que enxerga como importante na vida dos pais. Adota, com naturalidade, os hábitos da família. Consequentemente, envolve-se, e com alegria, na vida da igreja e com as práticas religiosas quando as enxerga integradas com genuíno comprometimento no cotidiano do lar! Quando percebe, em suma, que na vida da família, a religião não é adereço de uso pontual nem rol de obrigações impostas por protocolos e conveniências. Perceptível é a alegria da criança, edificante o espontâneo envolvimento do jovem, ao participarem de atividades religiosas quando a prática da fé integra o cotidiano da família.
Urge estabelecer entre pais e catequistas a mais sólida parceria pastoral. Lar e igreja mutuamente se complementam e se consolidam. A catequese paroquial somente alcançará seu primário objetivo – produzir eco evangélico na vida dos catequizandos – quando houver, naturalmente, continuidade e complementariedade entre lar e igreja!
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