Liturgia Diária

33ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira

33ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).

Por sua morte, Eleazar “deixou um exemplo de coragem e um modelo inesquecível de virtude… para toda a nação”. Que sua atitude nos estimule a celebrar e viver de modo irrepreensível, permitindo que a salvação de Deus entre em nossa vida.

Primeira Leitura: 2 Macabeus 6,18-31

 

Leitura do segundo livro dos Macabeus – 18Eleazar era um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de venerável aparência. Quiseram obrigá-lo a comer carne de porco, abrindo à força sua boca. 19Mas ele, preferindo morrer gloriosamente a viver desonrado, caminhou espontaneamente para a tortura da roda, 20depois de ter cuspido o que lhe haviam posto na boca. Assim deveriam proceder os que têm a coragem de recusar aquilo que nem para salvar a vida é lícito comer. 21Os encarregados desse ímpio banquete ritual, que conheciam Eleazar desde muito tempo, chamaram-no à parte e insistiram para que mandasse trazer carnes cujo uso lhes era permitido e que ele mesmo tivesse preparado, apenas fingisse comer carnes provenientes do sacrifício, conforme o rei ordenara. 22Agindo assim, evitaria a morte, aproveitando esta oportunidade que lhe davam em consideração à velha amizade. 23Mas ele tomou uma nobre resolução, digna da sua idade, digna do prestígio de sua velhice, dos seus cabelos embranquecidos com honra e da vida sem mancha que levara desde a infância. Uma resolução digna, sobretudo, da santa legislação instituída pelo próprio Deus. E respondeu coerentemente, dizendo que o mandassem logo para a mansão dos mortos. 24E acrescentou: “Usar desse fingimento seria indigno da nossa idade. Muitos jovens ficariam convencidos de que Eleazar, aos noventa anos, adotou as normas de vida dos estrangeiros; 25seriam enganados por mim, por causa do fingimento que eu usaria para salvar um breve resto de vida. De minha parte, eu atrairia sobre minha velhice a vergonha e a desonra. 26E, ainda que escapasse por um momento ao castigo dos homens, eu não poderia, nem vivo nem morto, fugir das mãos do Todo-poderoso. 27Se, pelo contrário, eu agora renunciar corajosamente a esta vida, vou mostrar-me digno de minha velhice 28e deixarei aos jovens o nobre exemplo de como se deve morrer, com entusiasmo e generosidade, pelas veneráveis e santas leis”. Ditas essas palavras, caminhou logo para o suplício. 29Os que o conduziam transformaram em brutalidade a benevolência manifestada pouco antes. E consideraram loucas as palavras que ele acabara de dizer. 30Eleazar, porém, estando para morrer sob os golpes, disse ainda entre gemidos: “O Senhor, em sua santa sabedoria, vê muito bem que eu, podendo escapar da morte, suporto em meu corpo as dores cruéis provocadas pelos açoites, mas em minha alma suporto-as com alegria, por causa do temor que lhe tenho”. 31Assim Eleazar partiu desta vida. Com sua morte deixou um exemplo de coragem e um modelo inesquecível de virtude, não só para os jovens, mas também para toda a nação. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 3

 

É o Senhor quem me sustenta e me protege!

1. Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; / quanta gente se levanta contra mim! / Muitos dizem, comentando a meu respeito: / “Ele não acha a salvação junto de Deus!” – R.

2. Mas sois vós o meu escudo protetor, / a minha glória que levanta minha cabeça! / Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, / do monte santo ele me ouviu e respondeu. – R.

3. Eu me deito e adormeço bem tranquilo; / acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. / Não terei medo de milhares que me cerquem † e, furiosos, se levantem contra mim. / Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me! – R.

Evangelho: Lucas 19,1-10

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Por amor, Deus enviou-nos o seu Filho / como vítima por nossas transgressões (1Jo 4,10). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6Ele desceu depressa e recebeu Jesus com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

 

“O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.” Solene afirmação de Jesus, não compreendida por todos os que o criticavam por hospedar-se na casa do rico Zaqueu. Sem conhecer Jesus, Zaqueu se coloca na dinâmica de quem quer vê-lo. Deixa cair a barreira da etiqueta (não ficava bem a um chefe de fiscais subir na árvore, feito criança curiosa) e não se importa com o preconceito alheio sobre sua profissão (cobradores de impostos eram malvistos). Jesus, senhor de excelente presença de espírito, entabula rápida conversa com Zaqueu, em cuja casa se propõe ficar. É o tempo do diálogo descontraído e sincero, do arrependimento de Zaqueu pelos roubos cometidos. É a ocasião para assumir, com gestos concretos, novo projeto de vida. Livre e alegre, o convertido abre-se à justiça e à fraternidade.

Oração
Ó Jesus Salvador, com tua inesperada presença ao pé da árvore, surpreendes o rico Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos. A refeição na casa dele, a convivência descontraída, as conversas, tudo concorreu para que ele mudasse de vida. Libertado dos bens materiais, assume novo projeto de vida. Amém.

(Dia a dia com o Evangelho 2021 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

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