Padre Guabiraba celebra 25 anos de ordenação. “O sacerdote é como alguém que sabe, com suas feridas, ajudar a curar a ferida dos outros”

O pároco da Catedral Diocesana Nossa Senhora Aparecida, padre José Carlos Guabiraba de Oliveira, celebrou na noite de segunda-feira (6/12) os seus 25 anos de sacerdócio com a Santa Missa em ação de graças pelo seu Jubileu de Prata.

A celebração foi presidida pelo pároco na Catedral.

Concelebraram com Guabiraba os padres das Dioceses de Araçatuba, Lins e Bauru. O Bispo Diocesano Dom Sergio Krzywy e o Bispo Diocesano de Itapeva, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, também estiveram presentes.

 

DOM SERGIO

Em sua reflexão, Dom Sergio agradeceu o padre Guabiraba e fez menção ao Bispo Emérito Dom José Carlos Castanho de Almeida, o qual ordenou o padre, em 6 de dezembro de 1996, na Catedral.

“Quero, em nome de toda a nossa Diocese, cumprmentá-lo pelos 25 anos de ordenação sacerdotal. Mas faço essa saudação em primeiro lugar em nome do nosso Bispo Emérito, Dom José Carlos, o qual visitamos recentemente. E aquela tarde de convívio durante a visita está fortemente impressa em mim pela sua generosidade em estar com ele, o qual sentiu uma profunda alegria pela sua presença, recordando com carinho de sua ordenação”, citou.

O Bispo Diocesano também elogiou a doação e os trabalhos do sacerdote. “Que você possa conformar cada vez mais a sua vida ao Bom Pastor, no serviço ao povo que a Ele pertence. Você tem feito esse serviço muito bem. Parabéns!”.

HOMILIA

Responsável pela homilia da celebração, o padre Jefferson Monsani recordou de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes para simbolizar a doação de Guabiraba. “Há 25 anos o padre Guabiraba dá o seu sim a Deus diariamente. Me recordo de uma rica reflexão de São João Maria Vianney: ‘o sacerdote não e para si mesmo , mas para Vós’. De fato, o ministério sacerdotal não é uma satisfação meramente individual, mas uma consagração que se concretiza no amar e no servir. É precisamente por isso que a celebração deste dia nos impele à ação de graças”, afirmou.

Segundo o padre, a celebração jubilar  no período do advento reforça a missão valorosa do ministério sacerdotal do padre. “Além disso, é mais do que verdadeiramente providencial poder celebrar este jubileu dentro do advento, pois por podemos enxergar uma outra face do ministério sacerdotal: o de gerar Jesus no coração das pessoas muito pelo ministério da escuta e da orientação, o qual senhor realiza nessa paróquia com um zelo extraordinário e exemplar. Ministério este que o bálsamo da misericórdia e é derramado para fortalecer os corações feridos e desorientados”.

Padre Jefferson ainda agradeceu a Deus pela vocação do amigo. “Receba, padre Guabiraba, o carinho da nossa oração pela sua felicidade e pela sua fidelidade. Que a celebração jubilar seja oportuna ocasião de agradecimento pelo dom recebido e o aprofundamento do sentido da sua consagração àquele que é o mesmo, ontem, hoje e sempre, mas que faz nova todas as coisas”.

AMIZADE DESDE O SEMINÁRIO

Amigo de estudos e de vocação do padre Guabiraba, Dom Arnaldo Carvalheiro, que foi pároco em nossa Diocese antes de ser ordenado bispo, refletiu acerca da relação de amizade e de fé com o companheiro de turma de seminário. “Refleti a sua caminhada e coloquei no coração de Deus o meu agradecimento pela sua presença na nossa vida. Nós te queremos muito bem. Você, nesse caminhar conosco, nos edifica tanto. Me recordo sempre de sua hospitalidade, pois é bom visita-lo e estar contigo e com essa sabedoria e esse bom humor tão contagiante”, disse o bispo de Itapeva.

Ainda conforme Carvalheiro, o amor de Cristo une Guabiraba a todos. “Este amor que nos une é o amor de Cristo Jesus. Padre Guabiraba, nós te amamos. Você é um sinal do amor, da alegria e da sabedoria de Deus”.

FILOSOFIA E VOCAÇÃO

Em sua fala de agradecimento, padre Guabiraba afirmou que a celebração de um jubileu é sobretudo um momento de ação de graças.

“Deus, na sua infinita misericórdia, nos chama para o seu serviço. Há 25 anos eu recebi a ordenação presbiteral, aqui neste lugar, pelas mãos de Dom José Carlos. Na visita mencionada por Dom Sergio, eu fiz questão de dizer a Dom José acerca da minha gratidão pela minha ordenação por meio das mãos dele. Ele se recordou e eu fiquei muito contente”.

Guabiraba estendeu sua gratidão a Dom Sergio e a todos os famliares, padres e amigos. “Agradeço ainda a Dom Sergio, meus pais, familiares, irmãos presbíteros e tantos amigos queridos. Pelo Batismo, somos essencialmente irmãos. Deus vai nos chamando e nos confiando serviços na sua Igreja. Todos ministros a serviço do Reino Dele”.

“SER DIFERENTE, MAS SEM DEIXAR DE SER IGUAL”

O pároco da Catedral ainda recordou de uma reflexão de um padre amigo. “Me recordo ainda de uma reflexão especial de uma amigo já falecido, o padre D’Angelo. Ele dizia assim: ser padre é ser diferente,  mas sem deixar de ser igual”.

Conhecido pela sua sabedoria e citações literárias e filosóficas em associação com a espiritualidade, Guabiraba fez um paralelo com a mitologia grega para falar da vocação do padre em acolher a todos.

Na mitologia grega, temos Asclépio, tido o deus da cura. E seu mestre foi Quíron, o centauro que foi ferido por uma flecha. Esse centauro, a partir da sua ferida,  ensinava a curar. Dai vem a palavra cirurgia, ou seja, ajudar a curar com as mãos.  Assim sendo, somente alguém que sente dor, que assume a própria dor e conhece as suas limitações sabe também compreender as dores dos outros e sabe também tocar nas feridas alheias, não para torturar, mas para ajudar a curar.  O sacerdote é como alguém que sabe, com suas feridas, ajudar a curar a ferida dos outros”, concluiu.

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