O último período da 83ª Assembleia dos Bispos do Estado de São Paulo contou com a participação de Dom Antonio Juliasse Ferreira Sandramo, administrador apostólico da Diocese de Pemba, que recebe a ajuda pastoral e humanitária do Regional Sul 1 por meio de projeto missionário.
O bispo africano destacou o auxílio das arquidioceses e dioceses paulistas e apresentou a realidade social e eclesial da Diocese, marcada por conflitos e ameaças terroristas. “Estamos numa situação muito delicada porque a violência se agrava cada vez mais”, disse. “Quero agradecer a colaboração do Regional brasileiro, de seus bispos, clero e povo de Deus, que se identificou com a realidade de Pemba por meio da Cáritas”, completou Dom Antonio ao explicar que ele, o clero, os missionários e os habitantes locais vivem uma insegurança contínua pelas ameaças de terrorismo. Após expor o cotidiano incerto de milhares de pessoas, o bispo enfatizou que “os missionários encaram, diariamente, a cruz de Jesus, e vivenciam à fé por meio da dimensão do martírio”.
O cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, que em 2019 esteve em visita missionária à Pemba, ressaltou que o Regional Sul 1 está unido “pela oração e pela solidariedade ao povo sofrido pela violência no território africano” e concluiu motivando “que a presença da Igreja seja um testemunho do diálogo e bom entendimento entre os povos” que vivem em meio aos conflitos. A 83ª edição da Assembleia dos Bispos segue até o meio dia com a reflexões de algumas pastorais, comissões e organismos de trabalho do Regional.
MISSIONÁRIOS BRASILEIROS
Em entrevista à equipe de Comunicação do Regional Sul 1, Dom Dom Antonio Juliasse disse que a aproximação entre a Diocese de Pemba e o Regional brasileiro “torna visível e concreta a vivência da sinodalidade: fazemos uma caminhada conjunta de apresentação do rosto de Deus para todos”, explicou. “Quem olha para a Diocese de Pemba vê a dimensão universal e missionária da Igreja na presença tanto dos missionários brasileiros, como dos missionários de diferentes partes do mundo presentes aqui”, disse o administrador apostólico ao explicar o contexto social de mais de 700 mil pessoas deslocadas, sem as mínimas condições de sobrevivência, numa realidade em que os acessos são precários e os desafios pastorais são diversos