Vive o país atualmente um “bônus demográfico”! De acordo com levantamentos recentes a população entre 15 e 29 anos nunca foi tão numerosa quanto agora. Conclui-se que investir na juventude representa garantia de sólido progresso para o país. É nos jovens que se encontra a reserva de energia e de capacitação criativa necessária para alavancar o país rumo a consistente desenvolvimento. É de esperar, pois, que as administrações públicas devotassem a este grupo etário especial atenção e propositivo planejamento. As sociedades esportivas captaram os sinais dos tempos e passaram a preferir investir em núcleos formadores de atletas garantindo aos jovens infraestrutura educativa e atlética em condições ideias para formar profissionais competentes capazes de assegurar alto nível de performance e, no caso de sucesso, retorno financeiro para o clube.
Lamentavelmente, os mesmos estudos constatam a decepção da juventude com a realidade do país, a ponto de uma estimativa de 47% dos jovens cogita construir um futuro no exterior. Teme-se que uma real e calamitosa “fuga de cérebros” está em andamento!
Emerge, naturalmente, a necessidade de avaliar o impacto que esta situação pouco promissora no campo civil possa ter na dimensão religiosa da juventude. Em um primeiro momento pode-se imaginar que a juventude pouco se interessa pela vida religiosa. Ao olhar a realidade, todavia, é se induzido a afirmar que, entre nós, um considerável segmento juvenil permanece ligado “às coisas da fé”.
Chega-se a tal constatação, primeiramente, pela presença de jovens nas celebrações religiosas. Marcam destacada presença em missas e cultos jovens solteiros como também jovens casais. São muitos os procuram aconselhamentos com padres e pastores. Particularmente, atesto gratificado, a numerosa e regular presença de jovens que visitam a capela do Santíssimo. Na paróquia Santo Antônio de Pádua, a capela fica aberto 24 horas, durante os 7 dias da semana. E o fluxo de jovens é constante.
A sede espiritual que se percebe em inúmeros jovens desafia as lideranças religiosas a aprimorarem cada vez mais a atenção prestada a eles. No campo religioso o investimento também precisa alto e qualificado. A preocupação não é com a continuidade da Igreja, mas, sim, com a importância intrínseca que os valores evangélicos oferecem para uma vida integralmente realizada. Emerge a influência da família neste processo. Sabe-se que o jovem não faz o que os pais mandam. Imita, todavia, o exemplo! Aí se encontra o nervo da educação. O mesmo vale para as lideranças religiosas. O jovem reconhece ser inconstante, inseguro, crítico. Pleiteia autonomia, mas clama interiormente por, e procura, acompanhamento.
Sabe, assim, discernir quem o quer bem, quem o compreende. Sabe, acima de tudo, reconhecer coerência. Valoriza autenticidade! Jovens admiram e imitam testemunhos. Emulam exemplos! Precisam de testemunhos de vida mais que de palavras para se convencer a aderir ao ideal evangélico. Uma vez convictos em seus ideais, se transformam espontaneamente em entusiastas arautos. A sobrevivência da Igreja, e da sociedade, é consequência, não objetivo do cuidado com a juventude.
Investir na juventude é urgência que nasce da caridade e de autêntico espirito cidadão. Os jovens clamam por um futuro promissor. Tanto no campo civil, como no religioso, repousa sobre as lideranças políticas e religiosas, como também sobre a família, a responsabilidade de tornar factível a realização de sua aspiração.