Multiplicam-se temerárias teses! A desinformação é o desafio do momento! E precisa ser combatida! Recentemente, três desconexos assuntos confirmam a atual tendência, e, sutilmente, apontam a óbvia receita para uma elementar e homogênea redenção. É preciso desenvolver paixão por um conhecimento balizado aliada à atitude humilde de quem reconhece a necessidade de aprender antes de formular juízos inconsequentes. A sanidade do debate repousa em conhecimento qualitativo. Opinar sem estudos fundamentados mutila verdades e produz distorções. Instala confusão! Lamentavelmente, muitos simulam conhecimentos induzindo ao erro incautos auditórios.
O primeiro assunto diz respeito ao ataque terrorista do 11/9 que, este ano, completa 20 anos. Aquele terrível e infame episódio interfere na vida de milhões de pessoas. Seus efeitos são sentidos até hoje, não somente nos costumes, mas, principalmente, no conceito que se passou a formular a respeito dos muçulmanos e da sua religião. De repente, todo muçulmano passou a ser olhado com desconfiança, ficando a impressão tratar-se de um potencial terrorista. Sem que a maioria tenha lido um versículo sequer do Alcorão – o livro sagrado dos muçulmanos – aceita-se a tese tratar-se de uma religião sanguinária, incentivadora de ataques terroristas impiedosos.
Contra este contexto injusto e preconceituoso, dignos e piedosos muçulmanos apelam à população para que, antes de engolir qualquer opinião distorcida, se digne conhecer pelo menos os fundamentos da religião islâmica. Ensinam, esses religiosos, que um dos preceitos fundamentais do islamismo reza que quem mata uma pessoa inocente é como se estivesse matando a humanidade inteira. No Alcorão, Deus insiste em preservar e promover a vida de todas as pessoas. Lamentavelmente, leituras tendenciosas e ações equivocadas de reduzidos e ruidosos extremistas acabam, erroneamente, associando o islamismo à movimentos terroristas. É preciso conhecer antes de julgar.
Assunto outro que ocupa a mídia, atualmente, são as comemorações do centenário do nascimento de Paulo Freire, mundialmente reconhecido como um dos mais ilustres estudiosos sobre educação. Estranhamente, em seu país natal, Paulo Freire é qualificado de comunista e suas experiências de alfabetização, particularmente com adultos, são sumariamente desqualificadas por algumas supostas autoridades no campo educativo. Questiona-se, igualmente, nesta matéria, o grau de conhecimento que certos formadores de opinião possuem sobre a obra e o contexto que motivaram o ilustre educador a desenvolver suas teorias e experiências. Academicamente antiético é pronunciar juízo sobre obras não lidas, conhecidas apenas por citações pinçadas aleatoriamente. Antes de rotular é preciso conhecer. Antes de rejeitar é preciso avaliar.
Terceiro assunto emerge a partir do comentário de conceituado escritor, repetido em roda de debates sobre religião. Amparando-se na opinião desse escritor, interlocutores tentam justificar seu viés antirreligioso por frases intolerantes e atitudes cruéis atribuídas a Deus, precipuamente no livro Sagrado dos cristãos. Descabido é crer num Deus que manda matar inimigos e mutilar adversários, sentencia o escritor. É tese infundada de quem leu apenas trechos selecionados da Bíblia e ainda tirados fora do contexto. Amor por excelência é o Deus que emerge do conjunto dos Livros Sagrados. Ser Supremo que busca cativar a alma humana pela misericórdia.
Rico em misericórdia, educa seus seguidores a se exibirem igualmente pródigos em compaixão e solidariedade. Sensato e sábio, o Deus da Bíblia adverte avaliar os custos antes de iniciar uma construção, caso contrário, pode o dono virar motivo de piada! Ouça quem ouvidos tem!
Por uma cultura de aspas está marcado o tempo moderno. Alastram-se os presunçosos! Muitos se pronunciam como se catedráticos fossem. Opinam com o ruído dos néscios! Sobra empáfia, falta paixão pelo conhecer. Sobra convencimento, carece-se de humildade para aprender.