Padre Luiz tem em sua trajetória atuação catequética, convivência com Monsenhor Mazzei e construção de capela em cemitério

O padre Luiz Tibiriçá Crescente, que faleceu na tarde desta terça (23/11) em Araçatuba, tem em sua trajetória atuações marcantes em cidades da Diocese e também como auxiliar do histórico e estimado Monsenhor Victor Mazzei.

Nascido em Descalvado, na região de São Carlos, em 1º de fevereiro de 1926, Crescente era o quinto filho entre sete irmãos. Ele se mudou ainda criança para Cafelândia, onde, aos 12 anos, entrou no seminário, sendo ordenado padre em 6 de novembro de 1949. “Eu não entendia bem o que era ser padre, mas a minha família sempre foi religiosa e me incentivou a seguir esta vocação. Com o tempo, vamos nos apaixonando ainda mais pelo chamado de Deus”, contou, entrevista ao jornalista Cláudio Henrique, em 2019.

Crescente já serviu em paróquias da Diocese além de Araçatuba. Estão em seu histórico passagens por Andradina, Santópolis do Aguapeí e Lavínia, onde afirmava, conforme entrevista para o jornalista Cláudio Henrique em  2019, o trabalho com catequese de crianças e jovens, utilizando, inclusive, veículos de comunicação. “Em Andradina, eu tinha um programa de rádio para evangelizar, pois as crianças da zona rural não tinham muito acesso à cidade. Criança precisa ter mais espaço na igreja. Tem que fazer o que quer”, comentou.

ARAÇATUBA

Ainda um padre recém-ordenado, padre Luiz veio para Araçatuba e foi auxiliar do monsenhor Victor Mazzei, conhecido religioso do município, na antiga matriz, hoje Catedral Nossa Senhora Aparecida. O padre contou, à época que o período foi marcado por um grande aprendizado, especialmente dos valores de generosidade.

Segundo o sacerdote, Mazzei era despojado de vaidade e muito estimado pela população. “Era um homem santo e sem caprichos. Sua principal característica era a caridade. Ele era capaz de renunciar à roupa do próprio corpo para doar a um necessitado. Não tinha nada além do básico para sobreviver”, relembra.

Crescente afirma que um grande clima de comoção tomou a cidade com a morte de Mazzei, em 7 setembro de 1960, após um acidente de carro. “Lembro que em Araçatuba ocorreria um show do cantor Vicente Celestino. A morte do monsenhor, no entanto, causou tanta tristeza que a apresentação foi cancelada e o artista acompanhou o funeral. Chorei junto com cada pessoa.”

CEMITÉRIO

Outro marco da primeira passagem de Crescente por Araçatuba foi a construção da capela do cemitério da Saudade. Ele lembra que não se conformava com as pessoas irem ao local e ficarem expostas ao sol durante suas orações.

“Resolvemos incentivar a construção da capela no cemitério para que os fiéis pudessem orar pelos seus entes queridos com dignidade. Muitas pessoas abraçaram a causa e doações de diversos materiais foram agregadas. De tijolos a bancos, conseguimos realizar um desejo de todo município”, explicou na entrevista de 2019.

Ainda no relato, padre Luiz afirmou que pretendia viver até os 100 anos, mas sempre em paz na espera da Glória Eterna. “Procuro viver em paz e no amor de Deus, esperando ser merecedor de entrar no céu”, concluiu.

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