2ª SEMANA DA QUARESMA*
(roxo – ofício do dia)
Provai-me, ó Deus, e conhecei meus pensamentos: vede se ando pela vereda do mal e conduzi-me no caminho da eternidade (Sl 138,23s).
Quem segue os caminhos do Senhor é como árvore que cresce ao lado de inesgotável fonte de água: produzirá muitos frutos. Esta liturgia nos ajude a escolher sempre as estradas que levam para Deus.
Leitura do livro do profeta Jeremias – 5Isto diz o Senhor: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; 6como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar na secura do ermo, em região salobra e desabitada. 7Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; 8é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca de umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos. 9Em tudo é enganador o coração, e isso é incurável; quem poderá conhecê-lo? 10Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras”. – Palavra do Senhor.
É feliz quem a Deus se confia!
1. Feliz é todo aquele que não anda / conforme os conselhos dos perversos; / que não entra no caminho dos malvados / nem junto aos zombadores vai sentar-se; / mas encontra seu prazer na lei de Deus / e a medita, dia e noite, sem cessar. – R.
2. Eis que ele é semelhante a uma árvore / que à beira da torrente está plantada; / ela sempre dá seus frutos a seu tempo, † e jamais as suas folhas vão murchar. / Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. – R.
3. Mas bem outra é a sorte dos perversos. † Ao contrário, são iguais à palha seca / espalhada e dispersada pelo vento. / Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, / mas a estrada dos malvados leva à morte. – R.
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!
Felizes os que observam / a Palavra do Senhor de reto coração / e que produzem muitos frutos, / até o fim perseverantes! (Lc 8,15) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. 20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. 22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. 25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós e nem os daí poderiam atravessar até nós’. 27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’ 30O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés nem aos profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”. – Palavra da salvação.
O contraste entre os dois homens, o rico e Lázaro, é acentuado fortemente: vestuário e festas, de um lado; feridas e fome, de outro. O rico não tem nome, o pobre sim, Lázaro. No fi m, um acabou enterrado, enquanto o outro foi levado para junto de Abraão. O rico é focado em si do começo ao fim: preocupado com suas festas e trajes; implorando em favor de sua família (seus irmãos), em vez de preocupar-se com os lázaros que estão a esmolar nas portas das casas. Não basta ser fi lho de Abraão e invocar os mortos, é necessário ouvir Moisés e os profetas que convidam à partilha e à solidariedade para com os necessitados, a fi m de diminuir o abismo entre ricos e pobres. A parábola não tem o objetivo de consolar os pobres, mas é uma advertência para as pessoas que consideram normal a situação de milhares de pobres que morrem de fome.
Oração
Ó Mestre Jesus, tu nos ensinas o valor e a necessidade de partilhar os bens pessoais. A riqueza muitas vezes gera em nós egoísmo e frieza em relação aos irmãos sofredores. Ora, o amor a Deus passa sem falta pelo amor aos irmãos. Amor concreto, eficaz. Dá-nos, Senhor, um coração generoso. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)