O Natal de nosso Senhor Jesus Cristo celebra o aconchego! Em Jesus Cristo, Deus se fez homem com o explícito propósito de aproximar o homem a Deus e os homens entre si. A celebração litúrgica do nascimento do Senhor Jesus não se esgota na simples recordação do que aconteceu em Belém há dois mil anos. Celebrar o Natal é trazer para o hoje da história a memorável iniciativa divina de aproximar-se da humildade. Em sua infinita sabedoria, o Onipotente sabe que o ser humano precisa urgentemente da sua orientação e proteção, mesmo que este faça de tudo para demonstrar independência e ostentar autossuficiência.
No registro do evangelista Lucas, esta atitude altiva está sutilmente registrada no jornalístico comentário da falta de espaço na hospedaria … não havia lugar para ele nos lares! O registro persiste válido e atual. São muitas as famílias, mesmo entre aquelas que se divertem celebrando o Natal, que enchem seus ambientes com tanto conforto e mil regalias a ponto de dispensar sua presença! Jesus continua sem espaço em muitos lares! Não obstante, o Salvador não desiste! Persiste em visitar, atento por aquele descuido de uma porta entreaberta, para entrar com seu amor!
Natal é a festa da aproximação! Começa na sugestiva iniciativa divina de largar a glória eterna e assumir a condição humana! O VERBO SE FEZ CARNE! Para o superficial observador fica a impressão que é a divindade que necessita do elemento humano. Afinal, na lógica humana a procura cabe sempre a quem mais necessita. A logística divina sempre é propositalmente provocadora. No singular caso da Encarnação, o nascimento do Filho Unigênito em carne humana revela, prioritariamente, o intenso intuito divino de colocar-se próximo ao ser humano. Deus quer participar da história para devolver ao ser humano sua original dignidade. Consequentemente, de lhe assegurar uma existência bem aventurada.
Quando a salvação do ser humano está em jogo, nada fica impossível para Deus! Questiona a mente racional o custo/benefício do mistério da Encarnação. O Onipotente reúne totais condições de resgatar a humanidade por decreto, sem expor-se a tantos riscos! Emerge natural e sublime dedução. Ao assumir a totalidade da condição humana, o Filho divino confirma a alvissareira verdade da intrínseca bondade inerente na natureza humana. O ser humano é integralmente bom … boas são as emoções … bons são os sentimentos … boa a condição carnal! Nada há de totalmente perverso na condição humana! Nada que provoque vergonha! Nada tão sujo que não pode ser purificado. A maldade, a intolerância, o distanciamento em suma entre as pessoas, são deformações posteriores provocadas pela ilusão do egoísmo, pela inquieta ambição, pelo alucinado instinto de dominação.
Com sua experiência de humano cidadão, Jesus comprova existir total possibilidade do ser humano restabelecer canais de construtivo diálogo, caso aceite sujeitar-se ao principal valor da caridade. Significativo o único preceito deixado por Jesus a quem opta recebe-lo em sua casa: amem-se como eu amo vocês! Redimido, moldado e cativado pelo amor generoso do Mestre, o discípulo compreende que o processo da reaproximação passa pelo radical ajuste na maneira de relacionar-se com o semelhante. Dispõe-se, então, achegar-se seguindo a logística divina de amar primeiro, de amar a todos! Sem preconceituosas seleções. Sem limite de investimento. Sem data de vencimento. Tudo começa a mudar quando o SIM que se dá a Jesus for realmente comprometedor.
Com o seu SIM, Maria oferece o primeiro abrigo ao Filho de Deus e a história da humanidade toma um novo rumo. Natal é a festa do aconchego! A celebração do Natal pereniza o redentor roteiro: Jesus busca novos alojamentos para entrar com seu amor!
FELIZ NATAL!
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