Vladimir Putin é cristão ortodoxo russo. Joe Biden é católico praticante! Ambos professam a fé cristã. No entanto, ambos são considerados, atualmente, protagonistas em uma ação invasora contra um povo soberano e que deixa rastros de destruição e mortes. Segue insana e injustificável a ofensiva russa contra o povo ucraniano. A condição cristã de ambos os dirigentes induz obrigatoriamente a refletir até que ponto as verdades da fé influenciam as decisões que se
sabe, não se restringe apenas ao campo da instrução. É um processo que busca fazer emergir as inerentes potencialidades semeadas na alma humana. Do ponto de vista da fé, educar é criar condições para que se desponte em toda sua potencialidade e dignidade a imagem de Deus presente em cada ser humano. Resgata-se a imagem de Deus inerente na alma humana, a medida que se deixe educar por Ele, a medida que se deixe formar pelo Criador.
tomam, tanto no âmbito pessoal como político e coletivo. Transparece um paralelismo entre fé e vida.
Fica-se com a impressão que o caminho da fé segue em direção paralela ao caminho da vida e da política. Mesmo que esse caminho militar cause mortes e danos materiais consideráveis. A aflitiva situação no Leste Europeu impõe urgente reflexão existencial e espiritual, marcadamente neste período precioso do calendário cristão que é a Quaresma. Pois, o que acontece em dimensão geopolítica verifica-se igualmente em dimensão doméstica e nacional. Conflitos há de graus diversos e natureza variada entre membros de família, colegas de trabalho e, ampliando o horizonte, entre agentes políticos locais, mormente neste ano de eleições. Atos bárbaros entre torcidas rivais, agressões covardes em ambientes familiares, confirmam o elevado grau de intolerância que despreza limites e marca a moderna mentalidade. Em muitos desses casos, os protagonistas também professam ser cristãos e se gabam de sua filiação religiosa.
Por uma dessas raras e felizes coincidências, a Quaresma este ano no Brasil é pautada pelo tema da educação. Educar, como se
O tempo da Quaresma, portanto, representa convocação interpelante e oportuna para que cada batizado que pretende ser autêntico discípulo de Jesus se deixe formar por Deus. Nesta condição, evidente, submete-se a um processo de transformação libertadora em que se prima, entre outros, a reparação de relações rompidas. Nenhuma pessoa, genuinamente educada por Deus, persiste entrincheirada em seus ressentimentos. Quem por Deus se deixa educar redescobre a vitalidade da caridade nele semeada. Educada por Deus, a alma crê no amor! Aprende a ser tolerante. Rejeita o uso da violência. Abre-se ao diálogo e predispõe-se à reconciliação! Promove a paz, em suma! É hora do cristão, seja ele dirigente ou cidadão comum, se deixar moldar pela genuína mística quaresmal, empenhando-se em praticas regeneradoras que realmente resgatem a inerente dignidade dos filhos e filhas de Deus.
Comenta-se, entre jornalistas credenciados, silenciosa e diligente articulação entre as máximas autoridades católicas e ortodoxas russas visando alertar os supremos dirigentes que antes de serem políticos, eles são gente batizada, discípulos do mesmo Senhor Jesus Cristo, comprometidos em se deixar educar pelo Filho de Deus! Violência e agressão não integram o manual do Nazareno!
Canhões não resolvem conflitos! Registra-se que no dramático episódio conhecido como a crise da baia dos porcos, em Cuba, 1962, a diplomacia religiosa atuou intensamente tanto junto ao Presidente Kennedy – primeiro presidente católico dos Estados Unidos – como junto ao genro do Krushchev – Presidente da então União Soviética, Alexei Adzhubei e sua esposa Rada Kruschcheva – colaborando decisivamente para evitar iminente guerra nuclear.
O manual de Cristo carrega viva esperança para um encaminhamento digno e pacífico neste insano conflito. Dispõem-se os cristãos, dirigentes ou comuns cidadãos, a se deixar educar pelo Príncipe da Paz e abandonar decididamente a mentalidade belicosa!