“Se erro, prefiro que seja por excesso de bondade do que por demasiado rigor”. Nessa afirmação está o segredo da simpatia que são Francisco desfrutava entre os seus contemporâneos. Nasceu em 1567 no castelo de Sales (nobre família de Sabóia). A extraordinária mansidão que possuía era fruto de muitos esforços e trabalhos e não algo de inato como muitos podiam pensar. Certa vez disse: “Quereis que eu perca num quarto de hora aquele pouco de mansidão que adquiri em vinte anos de lutas?”
Laureou-se em jurisprudência pela universidade de Pádua; decepcionou as pretensões do pai quando, aos 26 anos, abraçou a carreira eclesiástica. Queria pregar o Evangelho entre os calvinistas de Genebra. Os resultados das pregações eram escassos. Resolveu então imprimir volantes e colocá-los debaixo das portas, nos muros e por toda a parte. Por isso ele tornou-se o patrono dos que se servem da escrita para difundir as verdades reveladas por Deus. Ainda assim não teve muito sucesso.
O duque de Sabóia quis ajudá-lo, mas estava por fora dos esquemas do santo, pois era intolerante. Ele preferiu batalhar sozinho com toda a caridade e mansidão. Escreveu dois tratados que lhe deram o título de doutor da Igreja: Introdução à vida devota e Tratado do amor de Deus. O Tratado do amor de Deus serviu para muitos hereges voltarem à Igreja.
Aos trinta e dois anos era bispo auxiliar e dois anos mais tarde já era bispo titular de Genebra. Introduziu na diocese as reformas do concílio de Trento. Foi diretor espiritual de são Vicente de Paulo e de santa Francisca de Chantal (com ela fundou a Ordem da Visi–tação). Morreu em Lião em 28 de dezembro de 1622. Foi canonizado em 1655. Sua festa é celebrada, conforme o novo calendário, no dia 24 de janeiro, dia em que seu corpo foi levado à sepultura definitiva, em Anecy.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.