A figura de São Gerardo aparece-nos em três sucessivas formas típicas de vida cristã: como monge, como apóstolo e como mártir. O monge é o homem de Deus que, em oração e trabalho, dedica completamente a vida a Deus; o apóstolo é o anunciador da alegre nova salvífica do Evangelho, que educa para a santidade de vida, o cristão que leva o pagão ao cristianismo; e o mártir que, como extremo testemunho do seu amor, se dá a Deus totalmente a si mesmo, a sua vida orante e a sua atividade apostólica.
Gerardo nasceu em Veneza (Itália), em 980. Estudou em escola beneditina e teve uma ótima formação, que inclui o zelo pela salvação das almas. Abraçou a vida religiosa na Ordem Beneditina e, em pouco tempo, São Gerardo chegou ao serviço de abade de seu mosteiro em Veneza.
Tendo-lhe falecido o pai, nas cruzadas da Terra Santa, quis realizar uma peregrinação à Palestina. Na volta, tomou o caminho para a Hungria; e a pedido do rei assumiu a missão de evangelizar com seu grupo aquela nação. Depois de ser orientador espiritual e professor do rei Estêvão I, uniu-se ao monarca, também santo da Igreja, para converter seu povo ao cristianismo. Combateu as idolatrias; e o sagrado Bispo não deixava de recorrer e recomendar a Onipotência Suplicante da Virgem Maria.
Com a morte do rei, entrou na luta pelo poder; e ele lutou pela paz onde reinava a discórdia. Um dos pretendentes não só era contra o Bispo, mas cultivava ódio pelo Cristianismo.
São Gerardo foi homem de Deus: monge seguidor da Regra de São Bento, que dedicou a Deus a vida na oração e no trabalho. Na Regra de São Bento, o critério da vocação claustral era a busca verdadeira a Deus. Consagrou a Deus toda a sua vida dentro desse conceito de obediência, fazendo precisamente tudo o que foi enunciado por Cristo.
O Bispo missionário aplicou-se ao trabalho com doze monges, escolhidos dos claustros húngaros que iam florescendo. Sua vida deu testemunho do assíduo trabalho de evangelização. Não procurou anunciar as próprias ideias, mas a boa nova de Cristo. Compreendeu também que só pode nascer uma ordenada comunidade eclesial desta maneira: procurando a comunhão com Cristo e oferecendo a própria vida em serviço dos irmãos. Relatos antigos, contam que o santo acolhia os doentes leprosos para fazerem as refeições em sua casa. Aliás, quando necessário, os alojava em sua própria cama e o santo dormia no chão.
Com a morte do rei Estêvão I, começaram as perseguições de seus sucessores, que desejavam estabelecer o regime pagão e o culto aos deuses. Numa viagem, em socorro do povo com a fé ameaçada, São Geraldo foi preso e apedrejado até a morte pelos inimigos da fé, isso em 24 de setembro de 1046. Deixou escrito lindos testemunhos do religioso Bispo e fiel cristão, que tornou-se com a graça de Deus.
As relíquias de São Gerardo Sagredo estão guardadas em Veneza, na igreja de Nossa Senhora de Murano. Sua beatificação aconteceu em 1083.
São Gerardo, rogai por nós!
Referências:
vatican.va
franciscanos.org.br