Suicídios traumatizam! Particularmente arrasadoras quando seus autores são jovens! Mais de 700.000 pessoas, segundo OMS, cometem suicídio por ano ao redor do mundo! Também, segundo a Organização, a tendência é que o índice aumente, em especial, entre gente jovem, abaixo de 35 anos, a ponto de algumas entidades médicas ousam classificar a crescente curva ascendente como oculta pandemia. Existe uma salutar cumplicidade entre autoridades sanitárias, policiais e jornalísticas em não divulgar esse gênero de ocorrências, tanto para não alarmar como também para não lhe dar indevida publicidade. Médicos, psicólogos e psicanalistas asseguram que esse recurso extremo sempre está cercado de situações complicadas, questões mal resolvidas, e de difícil prevenção
Previsível, obviamente, a dolorosa perplexidade no sentimento e na mente dos familiares enlutados. Agudos questionamentos torturam o pensamento, apontando possíveis descuidos, sugerindo faltas de afeto adequado, culpando omissões de aproximação. Na impossibilidade de conseguir respostas convincentes, familiares e amigos caem em culposa desolação! Agrava o complicado quadro desolador a silente, e difusa, mentalidade que considera o suicídio um pecado sem perdão. Casamento, vida social, fé, tudo desmorona! Abalo total!
Psicólogos e analistas se esforçam para consolar familiares inconformados. Compreensível, a dor de familiares e parentes é particularmente aguda. Indagações sem resposta torturam e arrasam. Na maioria dos casos, contudo, em especial em ambientes de tradicionais princípios religiosos, parentes próximos buscam luz e conforto sobrenaturais capazes de aliviar tormentos espirituais. A cena do suicida enfrentar a ira divina abala a sensibilidade e deixa desesperados parentes piedosos. Urge recordar, e com convicção, que a misericórdia divina é infinita e incomensurável. Rechaça-se, de pronto, o temor de condenação automática e eterna. Se a ciência humana entende que a agressão contra a própria vida seja um ato de extremo desespero, condicionado por fatores somente compreensíveis ao próprio agente, quando mais Deus não seja capaz de compadecer-se de tão desesperado agente! O julgamento final de todo ser humano cabe somente a Deus sempre rico em ternura e compaixão! Ensina a tradicional moral cristã que, independentemente da maneira que morre, alma alguma fica privada da misericórdia divina. Coerentemente, o zelo pastoral recomenda vivamente que se ofereça, nessas circunstâncias, aos familiares assistência espiritual fundada e alimentada na Palavra de Deus que, repetidamente, assegura a vontade de salvar a todas as pessoas. Importa mais salientar quem as pessoas são, do que as circunstâncias de seu óbito!
Emerge a importância da salutar intervenção da comunidade religiosa junto à família desconsolada. Previsível é que familiares e parentes se encolham. Receiam indagações indiscretas e curiosidades mórbidas que prestam somente para perpetuar a dor e reforçar o sentimento de culpa. Zelosa, a comunidade deve se sentir chamada a agir não com discursos piegas, mas com presença genuinamente solidária. Coração ferido se medica com o bálsamo de um abraço, se reabilita com o conforto de presenças solidárias!
A morte abala. Traumatiza quando acontece de forma trágica e inesperada. A ressurreição do Senhor Jesus, no entanto, oferece novo entendimento sobre o sentido e a dimensão da vida. A fé em um Deus, cuja bondade é sem limites, representa adicional motivo de confiante esperança e fundado consolo. Crente, coerente e confiante, a Igreja apela incessantemente à ternura divina e suplica ao Pai que acolha a todos em sua eterna morada, inclusive aos cuja fé somente Ele reconhece!
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