Horror e terror! Foi o que viveu a região central de Araçatuba na noite entre os dias 29 e 30 de agosto. A ousadia do assalto expõe a crescente sofisticação do crime organizado. A meticulosa logística, executada com rígida disciplina, apoiada em volumosos investimentos, além de espalhar pânico pela cidade limitou drasticamente a ação repressora da polícia. Pela envergadura da ação, o número de vítimas foi, felizmente, pequeno.
Fica o registro de sentimento de pesar pelos familiares das vítimas. A sociedade conta com a eficiência da força policial mais bem equipada do país para identificar os criminosos, prende-los e os levar à justiça. Crime não pode ficar impune. Este terrível acontecimento induz realizar várias considerações. Felizmente, nenhum cidadão atreveu-se a enfrentar os bandidos à bala. As consequências, por óbvio, teriam sido bem mais trágicas. Em situações de extrema tensão, estar de posse de armas de fogo resolve pouco, e pode, caso se decida usá-las, agravar ainda mais o quadro. Sofisma é propagar que armas em mãos de cidadãos aumentam a segurança.
A ação criminosa logrou êxito porque foi minuciosamente planejada e também porque foi disciplinarmente executada. Cada setor sabia com clareza o que tinha que fazer e seguiu fielmente as ordens recebidas. Emerge lição preciosa que a sociedade aprende, paradoxalmente, com o crime organizado. Enquanto caminha dividida, a população fica mais vulnerável. Não somente diante de assaltos a bancos, mas igualmente diante de outros tantos tipos de investidas oportunistas que minam a dignidade das pessoas. A sociedade precisa se unir em busca de metas prioritárias, inegociáveis.
Comprovado está que países que investem maciçamente em educação registram declínio em atividades criminosas. Investir em educação não se reduz, por óbvio, a construir escolas. Envolve valorizar o corpo docente, equipar escolas, incentivar a frequência ás aulas. Implica, sobremaneira, promover o convívio civilizado e respeitoso. Aprendizado é poder. Conhecimento é prosperidade. Educação envolve intuição e investimentos à longo prazo, livres de ideologias e distantes de politicagem. Envolve a participação consciente e determinada de todas as forças vivas da sociedade – administração, empresários, igrejas – cada qual segundo suas capacitações e propósitos.
O Brasil, sabe-se, não é país pobre, é país injusto. A miséria que aflige centenas de milhares de famílias é consequência direta de desigualdades estruturais. Atreve-se a classifica-las de politicamente oportunistas. Proporciona aos governantes do turno ocasião para lançar, ruidosamente, programas assistenciais, maquiados de promoções sociais, cujo principal objetivo é escancaradamente eleitoreiro, simulando interesse humanitário.
Manipula-se a pobreza. Explora-se a miséria. Enquanto não se cobra dos políticos iniciativas genuinamente inclusivas, a infame marginalização continuará oferecendo mão de obra fácil e abundante para o crime organizado.
Advertiu nosso Senhor Jesus Cristo, os filhos das trevas agem com maior esperteza que os filhos da luz! Nossa cidade viveu terrível pesadelo nas mãos dos filhos das trevas! Quinze ou vinte criminosos horrorizaram e paralisaram uma cidade de duzentos mil habitantes por mais de vinte-quatro horas! É hora de reagir. É hora de sustar o avanço da criminalidade. Com sabedoria, percepção, articulação e responsável investimento. Conhecimento é poder! O caminho é longo. Urgentíssima a prioridade! Tempo a perder não há!