O ano jubilar é um ano da graça divina. O povo israelita celebrava, a cada cinquenta anos, por ordem divina, o ano jubilar, tempo de perdão geral de todas as dívidas, sejam elas de ordem espiritual como material. Representava tempo de libertação, quando os judeus que tinham sido transformados em escravos por conta de dívidas, recuperavam a liberdade e retomavam também suas propriedades penhoradas. Ao toque do shofar – instrumento de sopro feito de chifre de carneiro – dava-se o início do tempo do perdão, total e irrestrito. Realmente, tempo de graça, ocasião singular para recuperar a original dignidade de filhos de Deus! Desde o século XIV, a Igreja Católica, inspirada na salutar tradição bíblica, celebra, a cada 25 anos, um ano jubilar, sempre com o propósito de uma consciente conversão de vida, decidido propósito de viver integralmente a vocação cristã assumida no batismo.
O papa Francisco, seguindo a tradição, declara o próximo ano, 2025, ano jubilar e conclama os católicos a uma consciente conversão e a uma integral assunção da vocação batismal. Não haverá o toque do shofar, mas no dia 24 de dezembro do corrente ano, 2024, será aberta a Porta Santa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, sinalizando a abertura do Ano Santo, ou Jubileu, a encerrar-se no dia 06 de janeiro, 2026. Almeja-se, ao retomar este salutar hábito, que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos. Almeja-se, ainda, que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo.
Com o objetivo de articular as várias iniciativas a serem realizadas durante o Ano Jubilar, o papa Francisco publicou a Bula – A Esperança não decepciona. Bula refere-se àquele documento pontifício confirmado com o lacre, o selo oficial do Papa. Em sua carta, o Papa Francisco expõe inspirações e motivações a animar a realização desse ano jubilar. Seleciono pontos principais desse documento com o objetivo de ajudar a entender a temática desse ano jubilar, como também de facilitar a consciente e fecunda participação nas várias celebrações a serem realizadas.
Escreve o papa: A esperança é a mensagem central do próximo Jubileu!
Que sua celebração seja ocasião, para todos, de reanimar a esperança. Afinal, todos esperam. A esperança nasce de amor e funda-se no amor que brota do coração de Jesus! Dessa forma, a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino. Por isso mesmo, esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se e é alimentada pela caridade, permitindo, assim, avançar na vida. Lembra Santo Agostinho: em qualquer situação de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar.
Continua ….
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